Roberta Borsari
Foto: Divulgação

A paulistana Roberta Borsari, detentora de diversos títulos brasileiros e internacionais de canoagem, embarca em setembro para a Amazônia Legal, onde fará uma aventura sobre um stand up paddle reforçando a urgência do uso adequado dos recursos naturais.

A iniciativa faz parte do projeto SUPtravessias, que completou 10 anos em 2021 e já passou por locais como a Ilha de Komodo (Indonésia), Moorea (Polinésia Francesa), Ilha de Páscoa (Chile), Galápagos (Equador), Sri Lanka e Fernando de Noronha. Sua proposta é explorar ilhas ao redor do mundo pelas óticas feminina e do stand up paddle, sempre com um olhar associado à sustentabilidade, ao esporte e à importância dos oceanos.

A Amazônia foi escolhida por estar no centro de uma discussão mundial devido às atividades ilegais que destroem a floresta e para ser um marco do 10º aniversário do Suptravessias.

Roberta Borsari
Foto: Divulgação

Entre as atividades previstas durante a viagem, que acontecerá de 25 de setembro a 7 de outubro, estão explorar as ilhas fluviais da Amazônia, no estado do Amazonas, e surfar a pororoca em São Luís, no Maranhão.

“Minha primeira vez na Amazônia foi em 2011, quando me tornei a primeira mulher a encarar uma pororoca com um caiaque. Foi no rio Araguari, no Amapá. Hoje o fenômeno não acontece mais naquela região, que foi tomada pelas pastagens de búfalos. Foi um contato muito intenso com a natureza e também com a imensidão do nosso país, com diversas comunidades ribeirinhas”, conta Roberta.

“No primeiro destino, minha proposta é jogar luz à importância da responsabilidade de todos. A floresta, o oceano e cidades fazem parte de um único ciclo vital para o planeta. Vou explorar a região e me aproximar das comunidades ribeirinhas, trazendo todo esse contexto e a importância da floresta em pé”, conta Roberta. Já no Maranhão ela vai enfrentar o fenômeno formado pelo encontro das águas do rio Mearim com o oceano Atlântico, a pororoca.

Destaques do projeto

Ao longo de sua jornada, a atleta já percorreu destinos bem variados, que são escolhidos a dedo por aspectos naturais, culturais e sociais. Entre eles, destaca-se a Ilha de Páscoa, recheada de histórias envolvendo as famosas estátuas dos Moais.

Por ali, a profissional realizou uma travessia mítica e extremamente técnica nas torrentes do Oceano Pacífico. A experiência aconteceu precisamente na ilhota de Motu Nui, onde ocorria a lendária competição tribal do homem-pássaro.

Roberta também esteve em destinos como Sri Lanka (viagem associada à cura, à espiritualidade e ao surfe), Fernando de Noronha (primeira atleta a realizar a circunavegação do arquipélago) e Parque Nacional de Komodo (local dos temidos dragões e um dos principais points de mergulho do mundo).

Roberta Borsari
Foto: Divulgação

Em Galápagos, por sua vez, a aventureira protagonizou o primeiro stand up paddle realizado na ilha. As travessias foram acompanhadas por tubarões, leões marinhos, iguanas, entre outros animais. Além disso, a esportista contemplou espécies que ficaram famosas nos estudos do britânico Charles Darwin, como as tartarugas gigantes e os pássaros de pata azul.

É importante destacar que todos os destinos foram desbravados por Roberta com um equipamento que não gera impacto no ambiente. “O SUP me permite explorar regiões mais resguardadas. Posso observar a fauna de perto ou longe, acima ou abaixo de mim. A seriedade e propósito do meu trabalho me trouxe autorizações especiais em parques nacionais. Essa é a essência do projeto SUPtravessias: propagar o turismo sustentável”, diz.

Roberta Borsari

Com mais de 20 anos de experiência em esportes de aventura, Roberta está entre as pioneiras no Brasil em modalidades como rafting, canoa havaiana, corredeiras, kayaksurf e stand up paddle. Sua carreira é composta por títulos, expedições, palestras, artigos e feitos nacionais e internacionais.

Atleta Roberta Borsari
Fotos: Divulgação

Foi tricampeã brasileira de rafting, campeã na primeira prova de canoa havaiana realizada no Brasil, fez a primeira travessia de canoa Oc-6 do país e esteve no TOP 10 do kayaksurf mundial por 10 anos, entre outras realizações.

A paulistana também faz parte da Liga das Mulheres pelos Oceanos. O movimento reúne mulheres que têm diferentes profissões, mas que compartilham uma conexão com os oceanos e lutam pela sua preservação.