Já faz alguns meses, que em um certo dia comum como outro qualquer, ao entrar no meu Facebook me deparei com a publicação de uma música em uma das páginas relacionadas a esportes de aventura e travessia que eu sigo. Como sou um cara que curte muito música, fiquei curioso para saber o que dizia aquele post “meio” fora de contexto. A música era “Canto pras Travessias” do até então, para mim desconhecido Bernardo do Espinhaço. Comecei a assistir o vídeo, aquela torrente de sons e imagens mexeram comigo de uma forma que não tive muita escolha, fui obrigado a pesquisar essa tal de Lapinha x Tabuleiro que em um dado momento era citada na belíssima letra, e quanto mais descobria maior era o inexorável desejo de arrumar tempo e de alguma forma fazer essa travessia. E foi o que eu fiz, pois como diz o ditado: “Quem quer, dá um jeito”.

Depois de muita pesquisa, peguei algumas informações importantes, com o agora meu amigo Bernardo, comecei a montar meu roteiro, escolher o melhor equipamento, ver o clima da região e etc… Confesso que fiquei tão obstinado por fazer essa travessia de maneira solitária que nem avisei o pessoal do pequeno grupo de trekking que faço parte até que estivesse com tudo pronto, ou seja, passagens compradas e o “plano de voo” estabelecido.

Algo em meu íntimo, como que um instinto primitivo, dizia para fazer a travessia solo, numa “vibe” intimista e porque não dizer transcendental e ao realizar a travessia, percebi que essa “voz interior” estava certa. Então, depois desta rápida introdução, senta que lá vem história.

Prelúdio para a Travessia:

“Controle é uma ilusão”

Nesse instante em que começo a organizar em minha mente de maneira lógica o relato, a primeira coisa que vem a cabeça é aquela frase que sentencia perfeitamente o sentimento ao recordar: “controle é uma ilusão”.
Por mais que você pesquise, planeje e organize algo, às vezes você será surpreendido por fatos, coisas ou pessoas que irão simplesmente jogar por terra tudo o que você estabeleceu no seu plano. Isso pode ser trágico ou cômico, se é que você me entende.

Digo isto, pois logo de início, tive alguns problemas que provocaram um atraso de um dia no início da travessia, começando ainda em Porto Alegre, com o aeroporto fechado na hora da partida do meu voo, depois a perda da conexão, o cancelamento de outro voo, atraso e mais atraso para chegar a capital Belo Horizonte/MG – Brasil, de onde sairia o ônibus para Santana do Riacho, que tendo apenas dois horários de partida, acabei perdendo-o. Todo esse efeito dominó fez com que eu fosse obrigado a pernoitar em BH (Belo Horizonte) na casa de uma amiga e partir somente no dia seguinte cedo da manhã.

No dia seguinte, acordei muito cedo, para falar a verdade dormi muito bem, de alguma forma que não sei explicar, estava muito tranqüilo apesar do tropeço inicial, peguei um táxi e fui para a rodoviária de BH, de onde às 7 horas e 30 minutos partiria o ônibus que me deixaria muito próximo do meu “primeiro ponto”.

Depois de mais de 3 horas de estrada, subindo a serra e parando várias vezes, cheguei finalmente em Santana do Riacho, ponto final do ônibus mas ainda distante cerca de 10 quilômetros da Lapinha.

Ao chegar em Santana do Riacho, dia de domingo, quase na hora do almoço, cidade quase deserta, fui confirmar com o cobrador do ônibus onde eu pegava o outro ônibus para a Lapinha pois eu tinha a informação de que haviam alguns horários em alguns dias da semana e no caso do domingo também. Mais uma surpresa! Segundo o cobrador, já tinha alguns anos que não havia mais a linha Santana do Riacho x Lapinha da Serra, o rapaz ainda tentou um contato com um moto táxi que me levasse até a Lapinha, mas no domingo ao meio dia era difícil achar algum transporte.

Pensei bastante e decidi fazer com minhas próprias pernas o mesmo trecho, passei em um mercado, comprei 2 litros de água, liguei o GPS e pedi gentilmente que ele me indicasse o caminho, sendo que durante o início da caminhada, sempre que eu encontrava com alguém, perguntava de táxi ou carona mas sempre sem sucesso, até que num dado momento, já saindo da cidade, parei para falar com rapaz que se prontificou, mediante um acerto financeiro me levar até lá. Negociamos um desconto e fomos até Lapinha, onde finalmente cheguei por volta das 14 horas, sendo que fui direto ao camping que tinha em vista.

Agora sim! Acampamento montado, fiz um rápido almoço descansei um pouco e sem muita demora aproveitei o belo final de tarde para dar uma volta até o lago e poder sentir a paz e tranquilidade do lugar.

Travessia Lapinha X Tabuleiro - Serra do Espinhaço
Lago nos arredores da Lapinha

Depois do belo passeio, voltei ao camping, tratei de tomar um banho e logo que escureceu, fui fazer a minha janta, neste instante. Escrevendo aqui, volto a lembrar da frase “controle é uma ilusão”, pois enquanto eu estava na cozinha do camping jantando e conversando com dois aventureiros que conheci, mal sabia eu que, no mesmo momento, parte daquilo que seria meu café da manhã, estava sendo roubado de dentro do avanço da minha barraca por uma quadrilha de quatro patas. Dei mole para alguns meliantes que roubaram meu pote de leite em pó. É mole?

Travessia Lapinha X Tabuleiro - Serra do Espinhaço
Um dos meliantes que saquearam minha comida! kkk

Bom, diante da perda irremediável, tratei de pensar no plano B para o café da manhã, e a solução seria fazer o mingau de aveia, que deveria ter leite, agora numa versão improvisada e extra light com água. Tudo bem, eu pensei, vai que fica bom!

Fui dormir relativamente cedo para descansar bem, pois queria acordar às 6 horas para tomar café, desmontar o acampamento e organizar tudo na mochila com tranquilidade e colocar o pé na trilha às 8 horas.

Primeiro dia:

Conforme determinei para mim mesmo, levantei com o dia ainda um pouco escuro, às 6 horas da manhã, não estava tão frio quanto no meio da madrugada onde senti um pouco a temperatura baixa. Sem dar chance para a preguiça, de imediato saí do saco de dormir e fui fazer meu café com mingau de aveia com água e logo em seguida desmontei a barraca e guardei todas as tralhas na mochila cargueira. Não sei exatamente se foi o foco na missão ou a falta de parceria, mas ao contrário de outras, consegui sair até antes do previsto que era às 7 horas e 40 minutos.

O dia estava meio estranho, um vento forte de leste para oeste, sendo que o leste aparentava estar bastante fechado, enquanto ao olhar para oeste, o tempo estava limpo, fiquei atento a este detalhe importante, pois inicialmente pretendia fazer a travessia via Pico da Lapinha e Pico do Breu, este último o ponto mais alto de toda a região. Na medida em que fui seguindo o caminho apontado pelo GPS, parecia que o vento não só ficava mais forte como trazia uma nebulosidade baixa e úmida, que em alguns momentos parecia um chuvisqueiro bastante fino e escondia o topo da serra. Por conta disto, resolvi ir bem devagar para tentar entender o clima, se o tempo ficaria bom ou não, mas na medida em que começava a subida, a coisa não deu nenhum sinal de melhora e por estar sabendo que a subida até o Breu possui alguns trechos que exigem atenção devido a muitas pedras soltas, bem como o grau de inclinação, tomei a decisão de não seguir por aquele caminho, foi um tanto frustrante, mas a possibilidade de ter que encarar aquela subida com chuva e sozinho parecia um risco que não valia a pena ser corrido. Nesse momento dei meia volta, desci até perto do lago, e mudei o tracklog do GPS para a trilha tradicional, mais fácil e sem dúvida mais segura.

Em pouco mais de uma hora já estava percorrendo o caminho, sempre montanha acima, apreciando a paisagem que no oeste era um dia lindo e a leste o oposto com céu fechado e muita neblina, além é claro do vento que não dava folga nenhuma.

Meu plano era ir até a Prainha e montar um acampamento selvagem por lá para passar a noite, pois quando pesquisava sobre a travessia, vi em alguns relatos que algumas pessoas acamparam por lá, pois o lugar é lindo e existe água em abundância. Depois de muita subida e pegar uma descida num campo aberto onde, cheguei a pegar um chuvisqueiro, por volta das 11 horas e 30 minutos, cheguei ao que deveria ser meu destino final para aquele dia, mas ao cruzar uma cerca com uma porteira, me deparei com uma placa que proibia acampamento no local e assim sendo, como manda a boa prática, resolvi abortar a ideia. Fiquei ali algum tempo descansando e curtindo o visual, até este instante não havia visto ninguém na trilha, até que escutei vozes ao longe e depois de alguns minutos encontrei com uma dupla do outro lado do rio que me perguntaram onde dava para atravessar. Como eu também não sabia, fui procurar o ponto mais raso, e parecia que em todos os lugares, seria necessário tirar as botas para cruzar com água na altura das canelas ou um pouco mais, porém ao adentrar no mato que existe na trilha, apareceu uma espécie de barragem natural onde dava para passar tranquilamente sem ter que tirar as botas. Logo que atravessei, parei um pouco para conversar com os rapazes que estavam voltando, pois tentaram fazer a travessia em dois dias, mas por conta do peso das mochilas, e também por terem deixado o carro na Lapinha não teriam tempo suficiente para tanto. Foi o que eu entendi. Nos despedimos e seguimos nossos caminhos opostos.

Com mais uma hora e meia de caminhada, depois de pegar um chuvisqueiro, abriu o sol e cheguei na casa da dona Ana Benta, onde seria minha primeira pernoite. Era quase uma hora da tarde, e logo fui recepcionado por um cachorrinho, a casa estava meio aberta, bati palmas, gritei mas ninguém apareceu, fiquei um tempo ali, quando de repente chegou de moto o Lucas, que é sobrinho da falecida Dna. Ana Benta. É ele quem agora cuida da casa, da pequena horta e de alguns animais, mas tem dias que ele fica na cidade, deixando a casa fechada com um aviso que autoriza as pessoas a usarem uma área coberta e um banheiro atrás da casa durante as paradas para acampar ali.

Travessia Lapinha X Tabuleiro - Serra do Espinhaço
Casa de Dona Ana Benta

Sem muita demora, tratei de fazer um lanche rápido e começar o ritual de montagem do meu acampamento num gramadinho muito bom na frente da casa, por conta disto, resolvi também dar uma relaxada, escutando uma musiquinha é o cair da tarde quando decidi ir tomar banho e trocar de roupa. Na casa, existe uma caldeira que aquece a água do chuveiro e quem faz travessia sabe que banho quente no meio da trilha é um luxo que não se dispensa, foi bom demais, pois como era apenas eu, não havia a preocupação de não exceder em 5 minutos o tempo, coisa que deve ser observada quando tem mais gente acampada, pois a caldeira é pequena e se alguém fica muito tempo no banho, o próximo pode ter que encarar a água fria.

Anoiteceu rápido e surpreendentemente o vento havia parado e o céu estava limpíssimo e muito estrelado proporcionando um espetáculo a mais.

Depois de curtir o céu estrelado, fui fazer minha janta e conversar um pouco com o Lucas. Depois de muito papo, ele se recolheu e eu fui dar jeito de lavar meus utensílios de cozinha. Foi neste instante que algo aconteceu. Lembra do inicio do relato? Aquela parada de que não temos o controle da situação? E você lembra que citei cachorros?

Enquanto eu lavava minhas coisas, aquele “ser humaninho” lazarento de quatro patas, simplesmente subiu na mesa da área e sem cerimônia, levou uma sacola com dois, sim, eu disse dois pacotes de lingüiça que eram digamos assim, 90% de toda a proteína que eu tinha. Pronto! Agora, além da aveia com água, minhas refeições seriam basicamente arroz liofilizado com purê de batata também liofilizado, não fosse por uma única lata de atum que nesse instante comecei a guardar como a jóia da coroa, só rindo mesmo. Vacilei duas vezes para os saqueadores de quatro patas da Lapinha x Tabuleiro!

Depois desta, fui dormir.

Resumo do primeiro dia:

Distância percorrida: 12,3 quilômetros
Acumulo de subida: 620 metros
Acumulo de descida: 400 metros

Segundo dia:

Sabendo que este dia teria uma caminhada curta até o próximo ponto de apoio, coloquei o despertador para às 7 horas e sem muita pressa, fui tomar meu café da manhã com mingau extra light. Depois de desmontar todo o acampamento sem pressa, coloquei o pé na trilha novamente, pouco antes das 9 horas da manhã e mais uma vez o dia amanhecera com céu fechado e muita neblina que em vários instantes virava um chuvisqueiro, mas nada de mais, apenas coloquei minha jaqueta anorak e segui em frente.

A trilha segue muito tranquila, praticamente sem grandes desníveis, apenas em um trecho ou outro que eu me deparava com alguma subida ou descida, o que exigia um pouco mais de atenção era apenas a navegação por conta da neblina que deixava o horizonte oculto na bruma.

Como estimei, em menos de 3 horas já estava chegando na casa da Dona Maria, onde fui muito bem recebido pela própria dona Maria que me deixou muito a vontade, para escolher qualquer lugar para montar minha barraca.

Travessia Lapinha X Tabuleiro - Serra do Espinhaço
Casa de Dona Maria

Com o acampamento montado, tratei de fazer um almoço rápido pois como havia chegado cedo, tive a ideia de fazer a trilha da cachoeira do Tabuleiro na tarde, indo apenas com a mochila de ataque, mas mais uma vez fui surpreendido, aquela neblina com chuvisqueiro simplesmente se transformou numa chuva fraca que foi gradualmente aumentando, foi só o tempo de almoçar, limpar o equipamento de cozinha e cair dentro da barraca, e de pronto a chuva mostrou para que veio e assim foi até início da madrugada. Simplesmente não saí mais da barraca, fiz o jantar e fiquei escutando música até pegar no sono. Não reclamei da chuva embora ela tivesse forçado a mudança de plano, pois ainda que um pouco forte em alguns momentos, não tinha muito vento, e o barulho dela era como música para dormir. Relaxei e aproveitei o momento e uma ótima noite de sono.

Resumo do segundo dia:

Distância percorrida: 9 quilômetros
Acumulo de subida: 340 metros
Acumulo de descida: 350 metros

Terceiro Dia:

Acordei 6 horas da manhã, coloquei a cara para fora da barraca para ver o tempo e mais uma vez o dia estava bastante fechado e um pouco mais frio, o lado bom era que a chuva tinha parado e não havia praticamente nada de vento. A exemplo do jantar da noite anterior que foi abaixo de chuva, fiz meu café da manhã no avanço da barraca pois tudo estava molhado lá do lado de fora e tão logo terminei de comer, saí da toca para esticar o esqueleto, lavar a bagunça da cozinha e mais importante de tudo, tentar fazer uma previsão do tempo pois tinha que ir de qualquer maneira na cachoeira.

O céu embora fechado não mostrava cara de chuva e então decidi fazer o ataque até a cachoeira, mas antes, tratei de organizar e guardar todo o equipamento na cargueira com exceção da barraca que estava molhada ainda… Deixei-a montada com a cargueira dentro na esperança de na volta estar seca e poder guardar sem o inconveniente do sobre teto molhado.

A trilha até a cachoeira é uma descida bastante aberta com predomínio de campos rupestres e rochas. No decorrer da caminhada, o tempo foi melhorando, não chegando ao ponto de abrir sol entre as nuvens, mas ao menos a chuva e a neblina tinham ido embora, graças a Deus, pois meu medo era justamente não ter visibilidade por conta da neblina e perder o ponto alto do espetáculo da travessia que é a cachoeira do Tabuleiro e sua queda de 273 metros de altura.

Travessia Lapinha X Tabuleiro - Serra do Espinhaço
Céu fechado no caminho para a cachoeira

Na medida em que se vai caminhando, o penhasco do parque começa a aparecer e logo se escuta o som da água, mas ainda não é a nossa estrela principal, é apenas o rio Santo Antônio e suas pequenas quedas que correm na direção de um mini cânion que termina na queda de 273 metros.

Travessia Lapinha X Tabuleiro - Serra do Espinhaço
Dentro do cânion que termina na queda da cachoeira.

O cânion em si já é um espetáculo que vale toda a caminhada, e ao passo que avanço, seguindo o curso da água, após uma curva, dá para ver um horizonte mais distante que sugere estar perto daquilo que vim buscar. Após caminhar mais ou menos uns 500 metros dentro do cânion, cruzando de uma margem para a outra, buscando o melhor caminho, finalmente chegamos ao topo da gigantesca cachoeira do Tabuleiro. Um visual de beleza ímpar que faz o coração disparar por conta da adrenalina que dá ao se aproximar da borda e olhar para baixo. É fantástico mesmo. Mas não se engane, não estamos num parquinho de diversão, é preciso muita atenção e cuidado nesse trecho de aproximação da cachoeira devido ao terreno acidentado e por vezes escorregadio. Qualquer descuido pode ter consequências perigosas e um resgate ali, pode demorar muito ou, no meu caso sozinho, nem chegar. Todo o cuidado não é exagero.

Travessia Lapinha X Tabuleiro - Serra do Espinhaço
A queda de 273 metros!

Depois do êxtase do encontro com tamanha beleza, é hora de voltar, e tudo que desce, tem que subir. Sendo assim, tratei de tomar bastante água, fazer um lanche para recarregar minha bateria e começar o retorno por praticamente o mesmo caminho.

Depois foi cerca de 4 horas e meia e mais de 12 quilômetros, voltei ao acampamento, e como previsto, o vento se encarregou de secar minha barraca. Então pensei rápido e defini que não almoçaria ali, e tocaria direto para a Sede do parque, o que daria mais uma hora e meia ou duas horas de caminhada agora só morro abaixo o tempo todo.
Na medida em que se vai descendo a trilha, é possível ver de longe a cachoeira do lado direito e em frente o povoado do Tabuleiro, suas casas e a bela igrejinha no alto. E quando menos se espera a Sede do parque já está diante dos olhos, indicando que o final da travessia se aproxima e sem muita demora estamos lá.

Chegando à Sede, fui direto conversar com um dos monitores que me recebeu com muita atenção e cordialidade. E após juntar algumas informações importantes, sobre comida e principalmente sobre transporte para Conceição do Mato Dentro, distantes 19 quilômetros, ao invés de pernoitar ali no camping do parque, decidi ir para o povoado e procurar o hostel que fica bem na saída para a cidade, o que facilitaria uma carona ou pegar o ônibus.

Resumo do terceiro dia:

Distância percorrida: 18,5 quilômetros
Acumulo de subida: 690 metros
Acumulo de descida: 1160 metros

Terminada a travessia, tive que caminhar pouco mais de 3 km até o hostel, passando pelo centro do povoado do Tabuleiro, onde já tratei de localizar um mercado e poder repor minhas provisões que foram saqueadas pelos meliantes de quatro patas da travessia.

Considerações finais:

Apesar de ter pegado um tempo não muito bom, pude apreciar muito da beleza da travessia e sentir intensamente a energia boa daquele lugar criado por Deus.

Foram muitos momentos de contemplação e introspecção que se deram de forma simultâneas, gerando uma torrente de sensações e pensamentos que diante de tanta beleza invadiam o meu íntimo a partir do momento em que me desconectei de tudo e foquei meu coração e minha mente apenas naqueles momentos. Foi para mim, uma experiência que transcendeu o âmbito de uma aventura outdoor simplesmente, e era exatamente isto que eu estava buscando ali.

Ao fazer a travessia em dias de semana, praticamente não cruzei com quase ninguém, apenas um par de pessoas por dia, sendo que no último dia, só fui falar com alguém só na sede do parque.

Tecnicamente falando, não é uma travessia que exige um esforço físico demasiado, podemos considerar fácil neste aspecto, mas por outro lado, a navegação exige muita atenção ainda mais se o tempo estiver fechado com neblina.

Diria que é uma travessia de grau de dificuldade moderado.

Com certeza irei voltar um dia novamente!

Dicas e informações úteis:

Melhor época:

Outono e inverno, pela baixa quantidade de chuvas.

Como chegar:

De Belo Horizonte para Lapinha da Serra.

Ônibus para Santana do Riacho:

Diariamente: às 7:30 e às 15:30;
Valor da passagem em julho/2016: R$ 40,30 reais;
Empresa: Saritur.

Táxi de Santana do Riacho para Lapinha: R$ 70,00 reais;

Aqui cabe salientar que não existe táxi oficial, o negócio é perguntar na praça quem pode levar, ou se não quiser gastar, ir para a estradinha e tentar a sorte com uma carona.

Do Tabuleiro para Belo Horizonte

Ônibus para Conceição do Mato Dentro:

Segundas, quartas e sextas: horário 8:00 horas;
Valor da passagem em julho/2016: R$ 6,00 reais;

Ônibus de Conceição do Mato Dentro para Belo Horizonte:

Vários horários, mas o que melhor se encaixa com o ônibus que vem do Tabuleiro é o do horário das 09h30min.
Valor da passagem em julho/2016: R$ 54,55 reais;
Empresa: Serro.

Hospedagem:

Existem muitas opções de hospedagem, tanto na Lapinha como no Tabuleiro, desde campings até pousadas mais sofisticadas;

Na Lapinha, fiquei no Camping das Bromélias, local bem estruturado com boas duchas e uma cozinha coletiva igualmente boa;

Valor de R$ 20,00 reais;

No Tabuleiro, fui direto para o Tabuleiro Eco Hostel, onde fiquei com um quarto coletivo só para mim pelo fato de ser dia de semana;

Além de quartos coletivos bastante confortáveis, possui suítes e uma bela área de camping;

Tirando a cozinha coletiva que achei “fraquinha”, o resto está dentro do que se espera, com um atendimento muito atencioso e um belo café da manhã;

Valor de R$ 60,00 reais (quarto coletivo com café da manhã).

Galeria de fotos da travessia:

Travessia Lapinha X Tabuleiro - Serra do Espinhaço Travessia Lapinha X Tabuleiro - Serra do Espinhaço

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4 Comments

  1. Pedro Oliveira 01/03/2017at11:54

    Parabéns pela pernada!!! Vc é um privilegiado! !!

    Reply
    1. Edson Maia 02/03/2017at07:54

      Obrigado amigo!

      Reply
  2. Luís 09/10/2017at07:52

    Bom relato, me animou ainda mais a ir no feriado de finados pra Lapinha e fazer a travessia… abraço

    Reply
    1. Edson Maia 09/10/2017at08:57

      Olá Luís,
      Legal que gostou do relato.
      Minha dica é: organize-se e vá! Não vai se arrepender.
      Abraço e boas trilhas.

      Reply

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