Depois de ter explorado Bangkok e região, foi o momento de ir para o norte da Tailândia, região mais montanhosa e repleta de natureza. 

TREM NOTURNO

O trajeto de 675km entre Bangkok e Chiang Mai pode ser feito de 3 formas: ônibus/rodovia, trem ou avião. 

Para ter uma experiência diferente, e bastante comum para os tailandeses, optei por fazer esse deslocamento de trem, mais especificamente o trem noturno (sleeper train). Mesmo sendo a alternativa mais longa (quase 13 horas de viagem), é a principal opção dos mochileiros, seja pelo preço, pela experiência ou pela questão de emissões de CO2.

A compra da passagem pode ser feita online através de sites terceirizados, ou então diretamente na estação em Bangkok. Você pode escolher a cama superior ou inferior (recomendo a inferior pois tem janela, a diferença de valor é muito pequena). Existe também a opção de primeira classe, que é uma cabine fechada.

O trem noturno parte as 7:35PM e nesse momento o responsável pelo vagão já está transformando as poltronas em camas para que os passageiros possam se acomodar e dormir. 

Normalmente os trens são dotados de um vagão restaurante, que serve a janta e o café da manhã (pago separadamente), mas por conta da pandemia, esse serviço ainda não foi reestabelecido. Alguns vendedores passam oferecendo marmitas, cup noodles, outros snacks e também café/chá.

Quando o trem parte já está escuro e ele faz algumas paradas até sair da região metropolitana de Bangkok. Por incrível que pareça, o espaço para dormir é amplo e confortável, dormi super bem e quando acordei já tinha de passado grande parte da viagem.

É muito legal acordar e ver o amanhecer, búfalos, e a vida dos pequenos vilarejos por onde o trem passa. Uma das últimas paradas que o trem faz antes de chegar a Chiang Mai é no Doi Khun Tan National Park, onde muitos mochileiros desembarcam para aproveitar as trilhas nas montanhas protegidas.

Desembarcando na estação de trem de Chiang Mai, conheci o famoso “red car”, que é o taxi deles, e muitos motoristas abordando os viajantes, tentando vender o seu serviço.

ALIMENTAÇÃO

No post anterior eu comentei que estava surpresa (e preocupada) com a pouca variedade de opções de comidas vegetarianas na região de Bangkok. Pois bem, na região norte eu fiquei um pouco mais aliviada, pois foi possível encontrar muito mais opções de comidas sem carne.

Não pude deixar de provar o Khao Soi, uma massa em um caldo de curry e leite de côco, acompanhada de legumes, porco ou frango e finalizado com massa frita crocante. É um prato típico da região, de influência birmanesa.

CHIANG MAI

Chiang Mai é outra cidade repleta de templos, mas eu já estava um tanto quanto cansada de visitar templos, então esse não foi meu foco. Passei pela frente de alguns templos na cidade, mas não entrei neles (até porque muitas vezes eu não estava vestida apropriadamente para entrar neles – com ombros e joelhos cobertos).

Como a cidade é rodeada de montanhas e natureza, foi o momento de fazer uma trilha, a mais conhecida nas redondezas é a Monk’s Trail. Há poucos minutos da cidade, ela leva até um templo lindo localizado bem no meio da natureza, e outro mais famoso, no topo da montanha. Por conta da chuva, foi possível fazer somente metade da trilha, até o primeiro templo, mas que com certeza valeu muito a pena, porque ele é lindo.

Depois, de “red car”, chegamos até o templo mais moderno e mais famoso, com uma escadaria gigante. Mas que, na minha opinião, perdeu todo o brilho depois de ter visto o outro, tão cheio de natureza.

A região de Chiang Mai abriga o ponto mais alto da Tailândia, localizado no Doi Inthanon National Park, o pico, que leva o mesmo nome, está localizado a 2.565 metros de altitude e é possível chegar de carro até muito perto do local.

Nesse mesmo Parque é possível fazer trilhas que passam por cachoeiras e também terraços de arroz, cultivo de café, além de belas paisagens e o som incansável das cigarras que cantam sem parar. Ao final do passeio, os visitantes são convidados a provar cafés e chás, feitos de grãos e plantas frescos, explicados por um local que também ministra cursos sobre tipos de cafés, torras…

SANTUÁRIO DE ELEFANTES

O turismo com elefantes é muito comum em toda a Tailândia, mas a forma com que ele é conduzido vem mudando muito ultimamente (ainda bem). Por muito tempo eles foram domesticados e treinados para que as pessoas pudessem fazer “passeios de elefante”. 

Apesar dessa prática ainda ser permitida, ela já não é mais popular, mas infelizmente eu presenciei pessoas passeando de elefante, e geralmente quem faz esses passeios são locais, pois a maioria dos turistas já visita o país com essa consciência com relação ao turismo com animais.

Hoje em dia o turismo envolvendo os elefantes acontece por meio de visitas a santuários, que abrigam elefantes que foram resgatados de situações de maus tratos (usados para passeios). Nesses locais, os elefantes vivem livres e as visitas consistem em “cuidar” dos elefantes, dando comida, passeando e dando banho neles. 

No início eu estava com medo, o tamanho e a força deles assusta, mas depois fui relaxando e consegui interagir bem, inclusive com um bebê elefante muito lindo. O santuário que visitei tinha recém recebido um novo membro, um elefante fêmea, com alta sensibilidade na pele, por conta dos maus tratos sofridos.

CHIANG RAI

Estando em Chiang Mai aproveitei para fazer um passeio de um dia para Chiang Rai, que fica a cerca de 200 km de distância. Ah, “Chiang” significa “cidade grande”, por isso o nome de algumas cidades começa assim.

A visita foi especialmente para visitar templos um pouco diferentes dos outros que já tinha visitado:

White Temple (Templo Branco): esse templo foi construído com fins muito mais artísticos e de entretenimento do que religioso. Trata-se de um antigo templo budista que foi “adotado” e reformado por um artista, e o complexo hoje abriga inclusive galerias de arte. É proibido tirar fotos dentro do templo, mas o que impressiona mesmo é a parte externa, seus detalhes e simbologias.

Blue Temple (Templo Azul): este templo é bastante recente, sua construção terminou em 2016. A cor azul escolhida para ser destaque no complexo, representa pureza e sabedoria na tradição budista. O azul toma conta interna e externamente. Cada escultura tem um significado especial, como as serpentes que são consideradas as guardiãs das portas do templo.

Temple of Mercy (Templo da Misericórdia): este templo é bem novo também, a primeira construção foi finalizada em 2007. O complexo fica no alto de um morro e conta com 3 grandes (enormes) construções: uma pagoda com 49 metros de altura, um templo todo branco (dentro e fora, e com um piso que mais parece um espelho) e a grande estátua do Buda da Misericórdia, que tem a altura de 25 andares e uma bela vista lá do alto.

Muitas pessoas que visitam Chiang Rai aproveitam também para visitar o Golden Triangle, que é a tríplice fronteira entre Tailândia, Laos e Myanmar.

PAI

Pai é uma pequena cidade localizada a cerca de 150km de Chiang Mai. Mas para chegar lá é necessário vencer uma estrada com 762 curvas (altamente recomendado remédio para enjôo).     

É uma cidade estilo meio hippie movimentada basicamente pelo turismo. Mochileiros e viajantes aproveitam as belas paisagens, canyons e águas termais.

À noite a rua principal fica tomada de banquinhas que vendem comidas, artesanatos e roupas. Muitos bares com música ao vivo também fazem parte da programação, mas essa movimentação não se estende noite a dentro, antes da meia noite o silêncio toma conta das ruas.

Meu destaque especial vai pra um lugar muito charmoso localizado na rua central, uma casa de chá, muito rústica. As pessoas chegam, tiram o calçado, sentam no chão ou em algum banquinho, e pedem o chá de sua preferência. Em alguns momentos até rola uma roda de tambores e cantos, tudo muito espontâneo, sem planejamento ou ensaios.

Essa foi a minha experiência e os lugares que conheci no norte da Tailândia. Cada cantinho com algum detalhe em especial. Mas chegou a hora mais aguardada por mim, minha grande paixão, conhecer as praias… 


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1 Comments

  1. Fernanda Scheifler 06/11/2022at10:53

    Estive acompanhando os relatos pelo Insta e sempre impressionada com a natureza impecável em espetáculos originais. Esse olhar simples aproxima da vida local nessas comunidades distantes. Ótimas dicas pontuais e esclarecedoras facilitam a compreensão dos hábitos tão diversos de outros povos. Lindos os templos, as simbologias, as rotinas. Encantada como sempre, Jana! Viajei contigo. Sem dúvida trilhas conectam.